Mais um ano chegando ao fim…
E a sensação de que o tempo está passando cada vez mais depressa.
Sobram pendências no trabalho. Horas extras não dão conta.
Tantos amigos que quero encontrar, tantas promessas de ‘vamos marcar’ e quando percebo, já se passaram meses e ainda não consegui matar as saudades.
As horas parecem insuficientes para o tanto de informação que preciso digerir, o tanto de coisas que tenho que resolver, o tanto de afazeres que me proponho a cumprir.
A academia, a aula de canto, os livros na cabeceira, a louça na pia, o blog, a árvore de natal esperando para ser montada, as fotos digitais que ainda não foram impressas, o álbum – comprado há tanto tempo… Ainda vazio.
Falta tempo até pra descansar, dormir as horas que meu corpo precisa. Acordo com a sensação de que acabei de me deitar. Mas não, já é hora de começar tudo de novo… Tomar banho com um olho no sabonete e outro no relógio. Secar o cabelo, já pensando em qual roupa vou vestir. Vestir a roupa enquanto procuro o brinco, pego o documento que precisa ser entregue no emprego novo… Então me lembro que tem reunião e preciso ir de salto, trocar de bolsa, e, ai caramba!, passar no posto de gasolina para abastecer o carro.
Contas pra pagar. Tantas! A TV a cabo que me sai cara demais, porque eu mal chego perto do controle remoto. A banda larga pros sites que não consigo acessar, pros e-mails que não dou conta de responder. O telefone fixo que virou enfeite na escrivaninha. O celular que tem as contas cada vez mais altas, porque acaba sendo o único meio viável de manter contato com o mundo.
O jantar que virou lanche, o fogão que eu não acendo há meses, a padaria que mais parece minha sala de jantar, a geladeira esperando pelas compras que eu não tive tempo de fazer, a casa implorando pela faxina que eu não fiz nos últimos dias porque, ou me divertia ou virava escrava do aspirador de pó. Fui me divertir, claro! As frutas que eu precisava comer, os litros d’água que precisava tomar, a oração que esqueci de fazer.
Esse tanto de vida acontecendo ao mesmo tempo e às vezes eu penso que seria preciso umas 3 encarnações para dar conta de realizar tudo que quero. Pareço estar sempre correndo e nunca chego. Ou chego tarde demais e o que não foi feito hoje ficou pra amanhã, que se não for feito irá ficar pra depois de amanhã e assim por diante…
Tanta vida. Tão pouco tempo pra viver tudo.
Não me espanta estar com trinta anos e sentir como se já tivesse vivido muito mais que isso…
Acho que preciso quebrar os relógios.