Archive for janeiro \27\+00:00 2009

desperdício

Alguém procura alguma coisa onde não está.  E porque não encontra, desiste de procurar…

 

abandono

nenhuma resposta por enquanto

sad-dog

 

Então um belo dia você descobre, assim quase por acaso, que seu inconsciente teimoso não bota muita fé na sua felicidade. Ao contrário, a todo instante ele tá ali, judiando, insistindo em te fazer crer que o que é bom nessa vida certamente não é pra você. Mas, sabiamente, você não aceita.  E passa a lutar contra isso com todas as suas forças. Embora dê umas fraquejadas de vez em quando, você se empenha, se informa, lê, reza, pede ajuda, confia, acredita, faz terapia, toma florais, faz meditação, acende velas, tenta um novo jeito de ver o mundo. E quando finalmente sente que o esforço para acreditar que merece mesmo ser feliz está valendo a pena, vem a vida e te dá uma rasteira daquelas. Você perde o chão, perde a fé em si mesmo, desfaz toda a esperança de estar quase conseguindo. E se pergunta: se eu mereço tanto ser feliz, por que ainda parece algo tão difícil?

inevitável

Mais uma vez. Igual a última? Não, diferente. Mais doída? Talvez. E por que parece doer mais, se tantas vezes já aconteceu? Não deveria ter me acostumado? Sim, deveria, mas não é possível amenizar a queda ou controlar a dor nesse caso.  E por que não? Porque o tombo foi uma escolha… Oras, e por que a escolha de cair se sabia desde sempre o tanto que iria doer? Porque cair era inevitável… Então eu preferi sentir a dor agora, enquanto me sinto forte, do que daqui algum tempo quando posso estar mais cansada e com pouca fé na minha possibilidade de levantar…

 

hurt

De qualquer maneira dói…

não é ficção

– Por que você está correndo tanto, menininha?

– Porque tenho pressa em chegar lá.

– Lá? Onde é ‘lá’?

– ‘Lá’ é o futuro, os amanhãs…

– E quem te falou que correndo você vai ter a garantia de chegar ‘lá’?

– Ninguém. Mas eu desconheço outra maneira de caminhar…

 

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é preciso coragem

Não é de hoje. São anos e anos na busca, na luta, na tentativa, na perseverança de me lapidar mais um pouquinho, de aparar as arestas e deixar brilhar somente o que de fato faz sentido eu continuar carregando pela vida. Mas não é simples assim, como parece. Não se desfaz os medos do dia pra noite, não se desaprende a ser o que até hoje fui num passe de mágica, não se esvazia a angústia do coração com um sopro. Não… É preciso coragem para cavar cada vez mais fundo e encontrar nas profundezas de mim mesma aquelas sujeirinhas que foram se acumulando, se acumulando… É preciso coragem para me olhar e de fato de me ver, sem máscaras, sem disfarces, sem ilusões. É preciso coragem para admitir que embora eu queira tanto, a mudança não vai acontecer hoje… Será necessário dormir e despertar muitas vezes, tantas delas com aquela aflição no peito, até saber que alguma coisa está começando a ficar diferente. O processo é longo, mas a possibilidade da mudança é o que me faz caminhar e não desistir. Nunca.

um achado na gaveta…

“Eu te abracei e pude sentir bem de perto o cheiro que tem a vida quando se encontra um amor de verdade…”

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Escrevi isso algum dia, mas confesso que não sei pra quem foi. Talvez tenha sido só um sonho… Um sonho que ficou engavetado…

sob o céu

Lá fora chove.

E aqui dentro transborda a vontade de ver flor tudo que até hoje foi só semente…

 

só por hoje

Não quero mais a promessa do que pode vir a ser.

Não quero mais a serenidade para aceitar que ‘outra vez não’.

Não quero mais o sonho para depois vir a onda e desmanchá-lo num susto.

Eu quero o gol feito, o SIM, o finalmente.

Eu quero experimentar a sorte e o privilégio de ter chegado lá.

Eu quero a hora certa, o momento perfeito, o sabor da conquista.

Chega de estar sempre por um triz…

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Freud talvez explique

Algo bom acontece

e você chega a desconfiar de que

a felicidade foi entregue para o destinatário errado…

 (Mas um lampejo de lucidez te resgata do medo e você

aceita a encomenda, sem pensar na menor possibilidade

de devolução!!!)

 

esta e aquela

Existem duas saudades…

A saudade ruim é aquela que dói.

É uma vontade estúpida de voltar no tempo para poder ‘re’ alguma coisa…

Recordar. Reviver. Retomar. Reencontrar. Refazer.

É uma saudade que carrega consigo o amargo do arrependimento.

A saudade boa é aquela que nos afaga.

É um lembrar… Que volta e meia aparece, balança as cortinas e nos coloca um sorriso no rosto.

Essa saudade é a de quem não quer voltar no tempo, nem reviver nada.

É um sentimento resolvido. É um jeito de saber que o passado foi bom e podemos nos orgulhar disso.

Hoje é essa a saudade que eu carrego comigo.

Saudade de gente feliz!

percepções

Sabe aquele carinho que você espera receber num momento de dor? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Sabe aquela frase certeira que te faz despertar e tomar uma atitude? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Sabe aquela compreensão, que é a única coisa de que você precisa num momento de conflito? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Sabe aquele abraço sincero, em silêncio, cheio de amor que você queria tanto receber? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Sabe aquele gesto de generosidade que você recebe e é pego de surpresa? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Sabe aquela prova de amizade que te dá a grata sensação de não estar sozinha neste mundo? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Sabe aquele telefonema que você ficou aguardando, na angústia, o dia inteiro? Talvez não venha da pessoa que você espera.

Quase sempre o que esperamos e queremos tanto, vem, mas não necessariamente de onde achamos que viria.

A vida tem disso… Nos surpreende todos os dias!

 

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agora sim

O ano começou meio atravessado.
No quinto dia de 2009 choveu um tanto de alagar a alma.
E a água que veio, dessa vez, não foi do céu.
Nem parecia que dias antes havia tido contagem regressiva e fogos estalando bem diante dos meus olhos.
Uma leve dissonância de sentimentos me derrubou. Foi isso.
E eu pensei em voltar pra 2008 e dormir mais um pouquinho…

Recorri è fé para poder sair daquele emaranhado de sofrimentos.
E tudo que consegui foi uma resposta que me deixou ainda mais confusa.
Por pouco tempo.
No mesmo dia do apelo, o universo tomou providências e me emprestou sorrisos.
E desde então parece até que é Ano Novo.
Sinto-me feliz a ponto de achar que 2009 vai ser mesmo tudo aquilo que eu sonhei…
Ai, ai…

do meu jeito

Nem todas as palavras do mundo podem traduzir o que é sentir-se só num universo que comporta tanta gente. É como saber-se contrário à realidade comum e pagar muito caro por ter escolhido não fazer parte do todo. Querer ser diferente. Sentir o que todas as pessoas sentem, só que de uma maneira própria; nem melhor, nem pior, apenas sua. Encantar-se com detalhes que para tantos não significam nada. Buscar nas frestas dos dias o brilho que o sol não oferece a todos, e que, portanto, só pode ser visto por quem é capaz de saber onde ele o esconde. Eu sou dessas pessoas que não se conformam com o trivial, estou sempre buscando o algo mais, o tempero que ora adoça, ora azeda os dias, mas nunca permite que eles sejam insossos. Já me senti errante demais nessa estrada. Sonhadora teimosa nesse espaço de verdades duras e providências práticas. Pensei até em desistir, para estar na mesma mão em que caminha a humanidade. Mas descobri que não posso. Não é de mim esse igual a todos. Foge do meu alcance o acreditar que a vida tem que ser uma sucessão de dias parecidos em que somos meros espectadores de romances e tragédias. Quero a magia camuflada nas dores, os espinhos que poderei arrancar para enxergar somente a beleza das flores. Quero protagonizar minha história, podendo ser eu mesma, sem nunca precisar ser um personagem que aos outros agrada e a mim só causa frustração e revolta. Minha inquietude impede que eu seja mais um.