É preciso coragem para refazer o percurso. E desta vez sem contar com a companhia de outros pés. Sentar à beira da estrada, ver todos os que já chegaram lá e nem saber para onde se deve ir… Às vezes soa triste. Às vezes parece presente que a vida deu para quem consegue se reconstruir melhor. Um morrer que se repete toda vez que é tempo de renascer… Eu acato e me permito. Vou recolhendo as folhas secas do chão, preparo a terra, faço uma prece. Para enfim, quando sentir-me pronta novamente, lançar as sementes e esperar que dêem frutos. E que esses frutos sejam os meus amanhãs… Diferentes desses sonhos cinzentos que me atormentam quando não durmo, como imagens de um filme antigo que, na verdade, nunca aconteceu.